Em um cenário global em constante transformação, a união entre produtividade e inovação revela-se essencial para assegurar um futuro promissor. No Brasil, essa combinação pode ser o catalisador que impulsiona a economia, gera empregos e fortalece a posição nacional no competitivo mercado mundial.
A aumentar a eficiência e a competitividade exige compreender a produtividade e a inovação de forma integrada. Produtividade é a relação entre o output gerado e os insumos utilizados, como trabalho, capital e tecnologia. Já inovação transcende a criação de novos produtos, abrangendo inovar continuamente para agregar valor nos processos, modelos de negócio e estratégias empresariais.
Atualmente, a inovação inclui aspectos como sustentabilidade, inclusão social e integração territorial. Não se limita mais a laboratórios, mas se reflete em soluções tecnológicas, sustentabilidade, inclusão social e parcerias colaborativas que potencializam resultados.
No Índice Global de Inovação (IGI) de 2024, o Brasil ocupa a 52ª posição, tendo recuado em comparação a 2023. Apesar de liderar na América Latina, o país enfrenta desafios para se manter competitivo. No ranking de competitividade industrial da CNI, ocupa o último lugar entre 19 nações, empurrado para baixo pelos indicadores de produtividade e P&D empresarial.
Em âmbito regional, o Índice Brasil de Inovação e Desenvolvimento (IBID) de 2024 mostra grande disparidade entre estados, revelando que centros mais desenvolvidos concentram esforços e recursos.
Esses números evidenciam a necessidade de descentralização e compartilhamento de boas práticas, de modo a reduzir a concentração e promover o desenvolvimento mais equilibrado.
O crescimento da produtividade industrial no Brasil tem sido modesto, com projeções que indicam risco de crescimento zero em 2025 sem avanços significativos em tecnologia e gestão de processos. Para reverter esse cenário, programas como o Brasil Mais Produtivo visam transferência de conhecimento e tecnologia para micro, pequenas e médias empresas.
A Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) já investiu mais de R$ 6,18 bilhões em projetos, apoiando mais de 2.200 empresas. Setores estratégicos da Indústria 4.0, como Internet das Coisas, inteligência artificial e manufatura aditiva, podem gerar até R$ 73 bilhões de economia anual.
O IBID e o IGI se fundamentam em pilares como instituições, capital humano, infraestrutura, ambiente regulatório e economia criativa. No entanto, algumas barreiras persistem:
A deficiência em infraestrutura de transporte, energia e TICs aumenta custos e limita a competitividade, exigindo investimentos robustos para modernizar a malha logística e digital.
A Política Nacional de Desenvolvimento Produtivo estabelece diretrizes que articulam governo, setor produtivo e academia. Suas prioridades incluem ciência, tecnologia, adaptação tecnológica e combate às mudanças climáticas.
Essas iniciativas criam um ecossistema propício à inovação, mas demandam coordenação contínua e monitoramento de resultados.
Estudos indicam que, com investimentos adequados, a produtividade nacional pode crescer até 18% até 2032. Empresas inovadoras costumam apresentar maior produtividade por trabalhador, redução de desperdícios e acesso a novos mercados.
Um exemplo inspirador é o da Tupy, que, com apoio da Embrapii, desenvolveu um processo de reciclagem de baterias de lítio, tornando-se referência em economia circular e inovação aplicada. Essa parceria ilustra o potencial de projetos alinhados a diretrizes de sustentabilidade.
A convergência entre produtividade, inovação e sustentabilidade cria uma base sólida para o crescimento inclusivo e duradouro, capaz de enfrentar os desafios de um mundo interconectado e dinâmico.
Para que o Brasil alcance patamares superiores de desenvolvimento, é imprescindível alinhar políticas públicas, investimentos privados e iniciativas de pesquisa. Pressão por sustentabilidade e digitalização não deve ser vista como obstáculo, mas como oportunidade de renovar processos e produtos.
Ao adotar uma visão integrada, que valorize o capital humano e o ambiente de negócios, o país poderá transformar desafios em motores de crescimento. O momento exige ação coordenada, criatividade e coragem para inovar, garantindo um futuro próspero e competitivo para as próximas gerações.
Referências