Nos últimos anos, o conceito de ESG ganhou força global, impulsionando mudanças profundas na forma como empresas e investidores se relacionam com a sociedade. No Brasil, essa tendência reflete um compromisso crescente com desenvolvimento sustentável e justiça social.
ESG significa Environmental, Social and Governance, referindo-se a critérios que avaliam o desempenho ambiental, social e de governança corporativa das organizações. Embora todos os pilares sejam interdependentes, nosso foco aqui é o S, o componente social, que trata de como empresas impactam comunidades e pessoas.
Esse olhar ampliado vai além do lucro: empresas dedicadas ao ESG buscam equilibrar resultados financeiros com responsabilidade social e governança corporativa, gerando benefícios para funcionários, parceiros e sociedade.
O Brasil vem crescendo no setor de investimentos responsáveis. Globalmente, espera-se que até US$ 53 trilhões sejam aplicados em práticas ESG até 2025. Em solo nacional, o montante de investimentos de impacto alcançou R$ 18,7 bilhões em 2021.
Atualmente, existem 408 empresas de impacto socioambiental registradas no país, com 97 novas startups surgindo somente em 2023. Esse cenário demonstra um crescimento acelerado dos negócios de impacto e reforça o papel do setor privado como agente de mudança.
O investimento social privado tem se consolidado como ponte entre corporações e iniciativas comunitárias. Fundações corporativas e institutos empresariais destinam recursos para projetos que atendem demandas locais, fortalecendo redes de apoio e promovendo inclusão.
Esses exemplos traduzem como os pilares do ESG podem se materializar em ações concretas de transformação social.
As principais áreas de atuação no S do ESG envolvem projetos de inclusão, educação e desenvolvimento comunitário. Para guiar as iniciativas, são utilizados indicadores que avaliam alcance e profundidade dos resultados.
No entanto, a mensuração de impacto enfrenta desafios de padronização e confiabilidade, dificultando a comparação entre projetos.
Embora relacionados, esses três conceitos possuem objetivos e métricas diferentes, conforme a tabela a seguir:
A mensuração de impacto social é um dos maiores gargalos do S do ESG. Segundo pesquisa do BNP Paribas, 71% dos investidores se preocupam com a confiabilidade dos resultados sociais declarados.
Falta de dados padronizados e metodologias consensuais impede transparência e comparabilidade. Em resposta, organizações testam ferramentas de transparência e confiabilidade como soluções baseadas em blockchain.
Investidores e consumidores demandam cada vez mais compromisso ambiental e social. Fatores que impulsionam essa busca são regulatórios, reputacionais e de mercado.
Essas motivações alinham interesses econômicos a causas sociais, consolidando modelos de governança mais inclusivos.
No contexto nacional, há obstáculos que retardam a expansão do S do ESG em médias e pequenas empresas. A falta de estrutura regulatória clara e de capacitação para mensurar resultados afeta a qualidade dos relatórios.
Superar essas barreiras exige articulação entre governos, investidores, empresas e organizações sociais, fortalecendo o ecossistema de impacto.
O horizonte aponta para um crescimento acelerado dos negócios de impacto e para a consolidação de startups ESG-oriented no Brasil. Recentes pesquisas indicam que 90% das empresas percebem retorno financeiro positivo em projetos ESG.
Adicionalmente, 17% das startups de impacto social concentram esforços em inclusão de minorias, ressaltando a valorização da diversidade e da justiça social.
Com avanços em mensuração, maior colaboração setorial e incentivos fiscais mais claros, é possível projetar um cenário de impacto social consistente e duradouro, capaz de transformar realidades e fortalecer comunidades em todo o país.
Referências