Em um mundo marcado por crises ambientais e desigualdades sociais, o debate sobre crescimento sustentável ganha urgência e relevância. Como alinhar progresso econômico e preservação dos recursos naturais? Este artigo explora conceitos, mitos e contrapontos, trazendo exemplos práticos e recomendações.
O conceito central de crescimento sustentável propõe conciliar o avanço econômico com a preservação ambiental, garantindo que as futuras gerações desfrutem de recursos suficientes. Já o desenvolvimento sustentável amplia essa visão, incluindo inclusão social e justiça distributiva.
Dois paradigmas se enfrentam. A economia neoclássica defende o crescimento contínuo como remédio para a pobreza. Em contraste, a economia ecológica lembra que somos um subsistema da natureza, sujeitos a limites físicos irremovíveis.
Várias crenças equivocadas atrapalham políticas e práticas corporativas. Entre elas:
Esses mitos ignoram as evidências de que hábitos de consumo, políticas públicas e inovação são determinantes para um crescimento responsável.
Embora desafiante, o crescimento sustentável exige equilíbrio entre as dimensões social, econômica e ambiental. Empresas que adotam práticas verdes desfrutam de ganhos em produtividade e acesso a novos mercados.
Políticas públicas de longo prazo, como o Plano Nacional de Bioeconomia e a Reforma Tributária, incentivam inovação e políticas de longo prazo, ampliando fronteiras para tecnologias limpas. O Brasil, apesar de desafios, registra recordes de investimento em energias renováveis e economia circular.
A economia ecológica alerta para os limites biofísicos e a termodinâmica. A produção converte recursos naturais em resíduos e, em um planeta finito, não há espaço para crescimento infinito sem esgotamento.
Exemplos práticos mostram que desmatamento, extração de água e perda de biodiversidade comprometem cadeias produtivas e qualidade de vida. A disciplina termodinâmica impõe restrições que não podem ser ignoradas.
O Brasil manteve entre 1985 e 2024 uma média anual de crescimento do PIB de 2,43%. Para os próximos anos, as projeções divergem conforme os rumos das políticas:
Em 2024, o PIB cresceu 4% sobre 2023, mas trouxe pressão inflacionária e revelou a necessidade de base produtiva mais sólida e sustentável.
O “fetiche do PIB” é duramente criticado: nem sempre reflete inclusão, saúde ou qualidade de vida. Além disso, a sustentabilidade de longo prazo esbarra em desafios locais, como baixa produtividade e infraestrutura deficiente.
Sem um projeto nacional coeso e políticas integradas, ciclos de boom & bust dificultam avanços contínuos.
Exemplos bem-sucedidos emergem em cadeias de valor verdes, economia de baixo carbono e bioeconomia. Empresas que aplicam práticas empresariais sustentáveis integradas à estratégia conquistam novos parceiros e melhoram sua imagem corporativa.
Além disso, promover a economia local, criar comunidades autossuficientes e estimular a pesquisa colaborativa são passos que fortalecem a resiliência diante de crises.
Em suma, o futuro do crescimento sustentável depende de escolhas conscientes, colaboração entre setor público e privado e compromisso com as gerações futuras. Essa jornada exige visão de longo prazo e ações concretas hoje.
Referências