Em um cenário cada vez mais conectado, o Brasil figura entre os países mais visados por cibercriminosos. A realidade do setor bancário exige estratégias robustas para manter a confiança de clientes e investidores. Conhecer números, riscos e soluções é fundamental para blindar os recursos e o futuro das instituições.
Segundo relatórios recentes, cada instituição sofre em média 1.752 ataques semanais por organização. Esses índices colocam o setor financeiro brasileiro e global no topo do ranking de ataques cibernéticos em 2025, concentrando 90% das ocorrências da América Latina.
Em março de 2025, cerca de 38% da população foi alvo de golpes bancários ou tentativas de fraude, enquanto o custo médio de uma violação de dados chegou a US$ 1,36 milhão no ano anterior. Mais de 60 bilhões de tentativas de invasão foram registradas em 2023, reforçando a urgência de ações efetivas.
As fraquezas exploradas pelos criminosos variam conforme o nível de sofisticação empregado. Mapear essas ameaças ajuda a priorizar defesas e reduzir a exposição a danos.
Além dessas técnicas, a exploração de vulnerabilidades em aplicações web críticas e ataques via parceiros ampliam o perigo. Sistemas legados e integrações apressadas costumam ser acessos fáceis para invasores.
O avanço da tecnologia cria oportunidades para governos e empresas, mas também amplia a superfície de ataque. A adoção de novas ferramentas e modelos deve ser acompanhada de controles adequados.
O prejuízo vai além do financeiro. Empresas perdem reputação, sofrem multas e comprometem a estabilidade do sistema. Em cenários extremos, há risco de corrida bancária em cenários extremos, com fechamento de canais digitais e agências.
As penalidades regulatórias por descumprimento da LGPD, PCI DSS e outras normas podem chegar a valores bilionários, gerando efeitos em cascata na economia nacional. A confiança do consumidor é abalada, tornando ainda mais difícil recuperar a imagem institucional.
Diante desse cenário, o Brasil planeja investir R$ 104,6 bilhões em cibersegurança entre 2025 e 2028. Estratégias devem alinhar tecnologia, processos e pessoas.
Investir em soluções de ponta e manter a governança alinhada às melhores práticas garante redução dos riscos e maior resiliência operacional.
No mês de março, diversos métodos de fraude foram destacados pelas autoridades:
Esses números reforçam a necessidade de controles rígidos e de sistemas de alerta para transações suspeitas, tanto em canais digitais quanto em pontos de venda físicos.
O principal desafio é equilibrar inovação e segurança. Soluções modernas como Open Banking e PIX trazem conveniência, mas também expõem APIs e dados sensíveis se não houver proteção adequada.
Adotar um plano corporativo de resiliência cibernética e implementar segmentação de rede rigorosa e contínua são medidas fundamentais. Políticas claras de controle de acesso, revisão constante de permissões e testes de invasão devem ser rotina.
O ambiente regulatório evolui rapidamente. A LGPD já obriga as empresas a proteger dados pessoais, enquanto normas internacionais como o GDPR estabelecem padrões globais. A conformidade obrigatória não é apenas uma exigência legal, mas um diferencial competitivo.
Relatórios periódicos e auditorias independentes aumentam a transparência. Instituições que demonstram comprometimento com a segurança ganham a confiança do mercado e de seus clientes.
O futuro da cibersegurança financeira dependerá da colaboração entre setor público, empresas e comunidade técnica. Investimentos robustos, monitoramento em tempo real e adaptativo e formação contínua de profissionais serão cruciais.
Mais do que tecnologia, é preciso cultivar uma cultura de segurança, na qual cada colaborador entenda seu papel na proteção dos ativos. Somente assim o sistema financeiro brasileiro poderá crescer de forma sustentável e resguardar a confiança que move a economia.
Referências