O avanço acelerado da tecnologia transformou a forma como o dinheiro é movimentado, mas trouxe altos índices de ciberataques que desafiam instituições, empresas e usuários. Proteger ativos e dados tornou-se missão crítica para garantir a confiança no sistema financeiro digital.
O Brasil destaca-se como setor financeiro mais inovador do mundo, graças a soluções como PIX e Open Banking. São quase R$ 1,5 trilhão movimentados mensalmente via PIX, demonstrando o grau de adoção e agilidade do sistema nacional.
Entretanto, a popularização excedeu as barreiras de segurança. Em 2025, o país concentrou cerca de 90% dos ataques cibernéticos na América Latina, tornando-se alvo prioritário de criminosos que visam lucros e dados sensíveis.
Em março de 2025, 38% da população brasileira sofreu golpes bancários ou tentativas, segundo estimativas de órgãos reguladores e relatórios independentes. Esse cenário reforça a urgência de fortalecer defesas e educar usuários sobre práticas de segurança digital.
Nos últimos anos, as estatísticas revelam volumes alarmantes de tentativas de invasão e fraude. Enquanto em 2023 foram contabilizadas 60 bilhões de ataques, apenas no primeiro semestre de 2025 o número saltou para 314,8 bilhões.
A repercussão financeira das violações mantém-se elevada, com um custo médio de uma violação de dados de US$ 1,36 milhão, pressionando orçamento e credibilidade das instituições.
Os ataques exploram diversas vulnerabilidades e técnicas para transpor barreiras de segurança. As principais formas de ação observadas incluem:
A engenharia social permanece eficaz, sobretudo quando líder de ataque envia mensagens por WhatsApp simulando contatos conhecidos. A infraestrutura crítica também é visada, exigindo maior supervisão de prestadores de serviços de tecnologia (PSTI).
O Banco Central do Brasil implementou normas robustas para conter o avanço do crime organizado e garantir maior segurança aos mercados financeiros. Entre os principais requisitos estão:
Resoluções como BCB nº 85 (segurança de dados e computação em nuvem) e o Decreto 12.574, que estabelece a estratégia nacional de cibersegurança, representam avanços significativos no fortalecimento do arcabouço regulatório.
O setor financeiro investe em automação e IA em tempo real para identificar padrões atípicos e reagir a ameaças dia zero. Ferramentas de machine learning continuam em expansão, exigindo bases de dados qualificadas e governança eficaz.
Dentre as abordagens recomendadas pelos especialistas, destacam-se:
Com as APIs conectando diversos serviços, a superfície de ataque cresce, reforçando a importância de políticas de segurança desde a concepção dos sistemas.
Apesar de a segurança figurar como prioridade em muitas instituições, ela aparece somente como quarta maior na alocação de recursos de tecnologia digital. Essa divergência cria lacuna entre prioridade e investimentos, aumentando os pontos de fragilidade.
Além disso, a formação de profissionais em cibersegurança não acompanha o ritmo de aumento das ameaças. Estima-se a necessidade de 30 mil especialistas até o final de 2025, mas o crescimento médio de 16,1% ao ano não supre a demanda.
A exposição dos usuários a golpes bancários evidencia a necessidade de cibereducação como pilar estratégico. Programas de orientação e treinamentos são fundamentais para reduzir o índice de 38% de vítimas de fraude.
Do ponto de vista econômico, as violações de dados podem resultar em perdas de receita, sanções administrativas e danos à imagem institucional. Investir em tecnologia e cultura de segurança gera retorno na forma de confiança do mercado e resiliência diante dos desafios.
Para o futuro, a combinação de investimento robusto em cibersegurança e adoção de práticas de governança internacional apontam para um cenário mais seguro e inovador. A cooperação entre governo, setor privado e academia será decisiva para manter o Brasil como protagonista no universo financeiro digital.
Referências